O ósculo se abre. E, de longe, contorna uma imagem. Leves choques acendem as extremidades de um corpo – o beijo de uma boca áspera. Deslocamento inerte – a luz imprime rastros bastante palpáveis. Atrasos – ondas curtas de euforia inócua. O foco é pleno, mas não distingue a figura que dissipa esse calor incômodo. Sons abafados ressoam muitas vezes, sem volume. Sem eco. Sem resposta. No frio enlace, algo me escapa. O ósculo se fecha.
André Drago
A pintura, de título "Ósculo", é de autoria de Vera Cymbron, que mantém o blog "Sentidos Ocultos"
2 comentários:
Muito bom, gostei muito do texto e do devaneio à volta do "Ósculo".
Jinhos, parabéns!
poeta, poetinha,
deleita-me!
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